Amigos...
Continuando a análise da infraestrutura para uma possível conexão cicloviária Recife/Olinda/Paulista, saímos do final da Rua da Aurora pela ciclorota da Artur Lima Cavalcanti. Esta ciclorota é outra coisa louca, porque está conectada a CICLOVIA DO CENTRO (LAZER), e joga o ciclista no meio da Av.Cruz Cabugá sem destino, sem rumo. É apenas uma faixa tracejada de tinta já quase apagada, com algumas placas de sinalização vertical, e que aos ciclistas não serve para muita coisa. Eles continuam pedalando muito por ela, mas sem a segurança necessária. Ao chegar na Av. Cruz Cabugá, ele se encontra em território "hostil", cercado de linhas de ônibus que passam em velocidade rumo norte, para Olinda e Paulista, em locais com duas faixas apertadas de tráfego. Na altura da Escola de Aprendizes de Marinheiro, a avenida alarga no Complexo de Salgadinho, seguindo até a entrada de Olinda, quando afunila para duas faixas novamente. A qualidade do asfalto em Olinda é péssima. Sigam as imagens do slideshow abaixo.
Depois de chegar ao Centro Histórico, a situação não melhora. A rua é espremida pelo mar e pelo casario antigo, impossibilitando a inserção de uma ciclovia por esta rota. Tanto a ciclofaixa de Olinda só começa bem a frente na praia, na altura da sorveteria Bacana.
A CICLOFAIXA DE OLINDA
É uma boa iniciativa que tem dois problemas: estacionamentos à direita e tráfego intenso. Sobra para os ciclistas serem espremidos na passagem de ônibus, carros e motos. Nós fomos, vejam no slideshow abaixo. Não é a toa que tantas pessoas reclamam de ciclistas pedalando nas calçadas. Como pedalar sendo colocado para fora da via, sem a fiscalização necessária para coibir o tráfego de carros na ciclofaixa? Nem ao menos 'tartarugas' existem para separar o tráfego. Ademais, existe uma série de estacionamentos de carros à direita da ciclofaixa, entre a pista e a calçada. Carros estacionados ao sair, raramente olham para os dois lados, porque a via é unidirecional para CARROS. Com frequência surgem problemas de carros jogando em cima de ciclistas que transitam pela ciclovia de MÃO DUPLA! O asfalto é bom, a sinalização razoável. Os erros de sinalização são os mesmos de outras ciclovias e ciclofaixas: avisam ao CICLISTA que ele é quem tem de ter cuidado com os carros e não o contrário. Uma total inversão de valores! E isto sem falar que começa no meio do nada e termina em lugar algum. A ciclovia que podia ser estendida pelo litoral, onde o tráfego já foi restrito, pelo menos até Casa Caiada, não existe.
INTEGRANDO OLINDA-PAULISTA
Dentro de Olinda existem vias mais tranquilas e com excelentes condições para ajudar a integrar com Paulista. Uma delas é a Rua de São Miguel, que rodando por dentro dos Bultrins, integra com a Chico Science e leva até a PE-15. Com certeza, uma ciclovia colocada por dentro teria mais chances de ser bem utilizada. Algumas são vias bem largas e já bem usadas pelos ciclistas, e se oferessem mais segurança atrairiam um número maior de usuários.
A CICLOVIA DA PE-15
Nem sei porque chamam isto de ciclovia. Acho que existiu mesmo a intenção de fazer uma, mas deixaram ela inacabada, sem sinalização e sem conservação. Muita gente usa, mesmo assim, porque vimos muitos ciclistas se espremendo, empurrando a bike pela calçada ou pela avenida. Provavelmente, muitos mais usariam se houvesse conservação, sinalização e acima de tudo, fiscalização contra os abusos praticados por motoristas e motociclistas. A via se encontra tomada de mato, sujeira, invadida por carros, motos, carroças e cavalos. Em vários lugares foi feita de estacionamento e até de depósito de material de construção, e também tomada por bares e lojas, que chegam ao absurdo de cobrirem parte dela com "puxadinhos" do telhado. O resultado é um equipamento urbano abandonado. Seguimos por ela registrando os casos até a PE-22.
A PE-22 e CERCANIAS
A PE-22 entre a orla e a PE-15 é uma via larga em vários pontos, e que atende a diversos bairros de Paulista, como Maranguape 2 e 3, e Jardim Maranguape, além de claro ser alternativa para os moradores das praias do município e da vizinha Olinda, como Rio Doce, Janga e Casa Caiada. As vias são muito usadas por ciclistas, apesar da falta de integração com os sistemas de ônibus e de uma infraestrutura cicloviária.
RESUMO
A integração cicloviária entre os municípios atenderia principialmente as respectivas vizinhanças. Recife e Olinda poderiam ter maior integração entre suas zonas turísticas com uma ciclovia que ligasse o Marco Zero ao Centro Histórico, apesar da paisagem dominada pela poluição da bacia do Beberibe. Olinda e Paulista poderiam dispor de uma integração maior entre os bairros que são contíguos, e com o sistema SEI nos terminais de integração, se dispussem de alguma proteção ao ciclista e de um sistema de bicicletários integrados.
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